O Brasil está entre os maiores produtores e é o maior exportador de folhas de fumo do mundo. O cultivo do tabaco degrada o meio ambiente, proporciona más condições de trabalho e de remuneração para as famílias agricultoras, e as expõe à doença da folha verde do tabaco. A indústria fica com o lucro, enquanto o prejuízo vai para a saúde de quem planta e consome.
O plantio do tabaco ocupa uma área de cerca de 350 mil hectares, equivalente a três vezes o tamanho da cidade do Rio de Janeiro, que poderia ser utilizada para a plantação de alimentos saudáveis, colaborando com o combate à fome e à insegurança alimentar no Brasil.
Quanto mais terras para produzir folhas de tabaco, menos terras para produzir alimentos saudáveis
Em 2005, o governo federal criou o Programa Nacional de Diversificação em Áreas Cultivadas com Tabaco para melhorar a qualidade de vida dos produtores e salvaguardá-los dos efeitos de diminuição do consumo de tabaco esperados pela implementação da Convenção-Quadro para Controle do Tabaco da Organização Mundial da Saúde. Entretanto, o programa corre riscos diante da falta de investimentos.
A ACT Promoção da Saúde mobilizou organizações de defesa da saúde pela retomada do Programa Nacional de Diversificação em Áreas Cultivadas com Tabaco, que assinaram carta ao Ministério do Desenvolvimento Agrário.
A política pública, que prevê inventivos para fumicultores plantarem alimentos saudáveis e de base agroecológica, está parada desde 2018. Confira a carta.
Nota técnica do economista Valter Palmieri Jr.
Nota técnica da bióloga Juliana Lehmen